MEMÓRIA DE FLOR
Contemplo e respiro uma flor;
Vem-me à memória o perfume do amor.
E logo se avoluma a tentação de aprofundar
Os meandros da flor
E do amor.
Uma flor é uma flor.
Pedúnculo, cálice e corola
Sépalas e pétalas
Androceu e gineceu.
E o amor?O amor é o amor.
E mais não sei dizer.Sei que viver sem amor não é viver.
Faz lembrar o estertor da morte antes do tempo aprazado.
Se muito amei muito mais teria amado
Se a vida me tivesse consentido
Manifestar todo o amor sentido.
Segurei o pedúnculo do amor e fiz dele uma bandeira,
Um arauto para a vida inteira.
Das sépalas do amor fiz o meu cálice de amargura e de prazer
Das pétalas coloridas alimento,
Meu sustento,
Meu modo de sentir e de viver.
Androceu
De estames assanhados
Vou emitindo ao gineceu
Os meus recados
Para não sucumbir neste vale de lágrimas reprimido
Neste mar encalhado
À espera do melhor:
Do amor ainda não vivido.
Será o amor este perene desejo
Que transforma uma carícia
Um beijo
A mais leve blandícia
Em fonte de doçura e comunhão?
Talvez sim… talvez não…
Será o amor
Este movimento
Ora lento
Ora apressado
Este bater compassado
Do berço à sepultura
Entre o ódio e a ternura
Deste nosso humano coração?
Talvez sim… talvez não…
André Moa
3 Comentários:
minha sonhadora.
Um bom fim de semana sem chuva é que desejo.
gostei da aula de biologia...
Este comentário foi removido pelo autor.
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