...É PRECISO TER ASAS,PARA SE AMAR O ABISMO...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Carta dum cliente do BES...FABULOSO!


Recebi este artigo, via mail, achei interessante,porque ainda não tinha pensado muito sobre o assunto, mas estamos mesmo a ser roubados pela banca!



É o país em que vivemos (são todos iguais).

(Esta carta foi direccionada ao banco BES, porém devido à criatividade com
que foi redigida, deveria ser direccionada a todas as instituições
financeiras.)



Exmos. Senhores Administradores do BES

Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa
mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. Rua, ou pela existência
do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro
desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.

Funcionaria desta forma: todos os senhores e todos os usuários pagariam uma
pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico,
tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito
extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os
proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta
qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer outro produto
adquirido (um pão, um remédio, uns litro de combustível, etc.) o usuário
pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente
acima do preço de mercado.

Que tal?

Pois, ontem saí do BES com a certeza que os senhores concordariam com tais
taxas. Por uma questão de equidade e honestidade. A minha certeza deriva de
um raciocínio simples.

Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O
padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de
embrulhar ou ensacar o pão, assim como todo e qualquer outro serviço. Além
disso impõe-se taxas de. Uma "taxa de acesso ao pão", outra "taxa por
guardar pão quente" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com
muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.

Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que
ocorreu comigo no meu Banco.

Financiei um carro, ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os
senhores cobram-me preços de mercado, assim como o padeiro cobra-me o preço
de mercado pelo pão.

Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem
cobrando-me apenas pelo produto que adquiri.

Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobram-me uma "taxa
de abertura de crédito"-equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao
pão", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar

Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui
obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse
possível, os senhores cobram-me uma "taxa de abertura de conta".

Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma
conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de
abertura de padaria", pois só é possível fazer negócios com o padeiro,
depois de abrir a padaria.

Antigamente os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como
"Papagaios". Para gerir o "papagaio", alguns gerentes sem escrúpulos
cobravam "por fora", o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco
resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos. Agora, ao contrário de
"por fora" temos muitos "por dentro".

Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores
cobram-me uma taxa de 1 EUR. Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de
5 EUR "para manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa de existência da
padaria na esquina da rua".

A surpresa não acabou. Descobri outra taxa de 25 EUR a cada trimestre - uma
taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu
utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo.
Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quente".

Mas os senhores são insaciáveis.

A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou
informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer.

Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os
senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive
nas instalações de v/. Banco.

Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um
financiamento ou se vendi a alma?

Depois de eu pagar as taxas correspondentes talvez os senhores me respondam
informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é
muito diferente de uma padaria. Que a v/. responsabilidade é muito grande,
que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito
elevados, etc., etc., etc. e que apesar de lamentarem muito e de nada
poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto pela lei,
regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal. Sei disso, como sei
também que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de
todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta
com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.

Sei que são legais, mas também sei que são imorais. Por mais que estejam
protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia
vai acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma.










2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

bom dia fotografa
tb recebi esta carta... hoje o meu post está em harmonia com o teu... isto anda tudo odido...

11 de junho de 2008 às 03:32  
Blogger Carlos Rebola disse...

Olá Fotografa

Até parece que estamos perante mais uma máfia, a avaliar pelos escandalosos lucros, sempre com uma legalíssima cobertura dos membros da mesma, máfia...
Abraço
Carlos Rebola

11 de junho de 2008 às 16:49  

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